Matéria do Jornal Estado de São Paulo, de 09/10/2007
"Em 2005, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio, realizou 71 cirurgias para substituir próteses ortopédicas danificadas. No ano passado, as reintervenções subiram para 93. Em grande parte, os números são um reflexo da falta de qualidade do material ortopédico implantado nos brasileiros. Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal desarticularam uma quadrilha de falsificadores de próteses fabricadas sem higiene e segurança. Batizada de operação Metalose - reação de rejeição do corpo humano ao metal -, a operação resultou na prisão de cinco pessoas, quatro em São Paulo e uma em Pernambuco.
O delegado responsável pelas investigações, José Navas Jr, não descarta a possibilidade de as próteses terem sido feitas com material inadequado, como sucata de ferro. O resultado: infecções e amputação de membros. (leia ao lado)...
Para o diretor do instituto, os ortopedistas devem ficar atentos na hora de fazer o implante e certificar-se da procedência da peça. "É difícil perceber a olho nu a qualidade da prótese", diz. "Muitas vezes, só se percebe depois que o estrago foi feito."Desde 2004, a Anvisa recebeu 34 notificações por problemas decorrentes do uso de próteses, 11 neste ano. ESTRAGO As conseqüências a que Matheus se refere podem ser basicamente três: a metalose, o desgaste precoce e a quebra do implante... Em casos extremos, pode levar a amputação do membro e a morte do paciente..."
Com relação a esse assunto, as operadoras de planos de saúde e seguradoras enfrentam problemas semelhantes ao observado no serviço público. A preocupação constante com a qualidade, os elevados custos, dificuldades nas negociações, pressões de familiares e justiça, resultam em problemas quando da necessidade de utilização de próteses durante o tratamento. A saída envolve vários atores do sistema, mas ainda está longe de ser resolvido devido aos fortes conflitos de interesses relacionados.
Por enquanto, cabe as operadoras realizar avaliação técnica criteriosa (auditoria especializada), consultar sempre os registros na ANVISA (produto e fornecedor) e negociar bem os preços.
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